Meu primeiro contato com o Tradicionalismo radical
Desde que abri os olhos para Deus, para a sua Igreja e para o meu papel de cristão no mundo, tenho em meu coração um imenso desejo de estudar esse assunto. Comecei pelo Catecismo, procurando grupos de jovens católicos, realmente católicos, e não apenas aqueles que vão à missa aos domingos e acham que isso é suficiente.
Encontrei um grupo chamado “Jovens Católicos” e, lá, todos eram bem receptivos. Nós tirávamos dúvidas, debatíamos, às vezes calorosamente, mas sempre nos desculpávamos e voltávamos a conversar normalmente.
Até que, em determinado dia, apareceu um menino chamado Henry. Ele debatia sobre quase tudo. Tudo o que eu dizia, ele contrastava com encíclicas e documentos magisteriais. Eu ficava envergonhado, porque cada vez mais tomava consciência de que não sabia de nada.
Mas, certo dia, ele começou a falar de coisas que, para mim, eram verdadeiramente aterrorizantes. Afirmava que São João Paulo II não era um santo legítimo, que a irmã Lúcia era falsa, e que o Catecismo oficial da Igreja, o chamado “Amarelinho”, era herético.
O que mais me impactou, no entanto, foi quando ele disse que a Missa Nova, ou Novus Ordo, como muitos chamam, era inválida, pois, segundo ele, havia sido criada por protestantes.
Senti como se meu mundo tivesse desabado; se aquilo fosse verdade, a Igreja já não existiria mais. Como ninguém do grupo estudava o tema com profundidade, ninguém teve a audácia de debater com ele. Eu apenas dizia: “Tá, mas se eu aceitar isso que você está dizendo, a Igreja não existe mais.” Um dos pilares dela teria sido corrompido.
Eu não sabia de nada, exceto que o tripé católico era formado por Magistério, Escritura e Tradição.
Participava também de uma comunidade no WhatsApp chamada “Império Apostólico”. Lá, muitos realmente estudavam o tema e defendiam o Magistério. Essa comunidade foi extremamente importante para mim naquele momento. Levei todas as objeções para eles, e as respostas vieram com tanta firmeza que uma delas ficou gravada em minha mente:
“A Igreja nos deu a fé; ela é a guardiã da fé. É assistida e protegida pelo Espírito Santo. Caso contrário, como a fé teria resistido ao peso de todas as heresias já combatidas?”
A promessa de Cristo aos apóstolos deixava isso bem claro:
João 14:16-17
E eu pedirei ao Pai que vos envie outro Consolador, e este nunca vos abandonará. Ele é o Espírito Santo, o Espírito que conduz a toda a verdade.
João 14:26
Mas o Pai mandará o Conselheiro em meu nome, esse Consolador é o Espírito Santo, e Ele vos ensinará todas as coisas e vos lembrará tudo o que Eu próprio vos tenho dito.
Já não importava mais o que falassem: somente à Roma eu me submeteria. Afinal, quem me deu a fé? A Igreja ou os tradicionalistas? Se a Igreja, os sucessores dos apóstolos, não conseguiu guardar a fé, como eles poderiam realizar tal milagre?
Sempre nos orgulhamos do fato de que, em dois mil anos, nenhuma decisão magisterial se contradisse. Agora, não poderíamos mais nos orgulhar disso?
Ao assistir ao vídeo do Prof. Carlos Ramalhete, intitulado O erro de Marcel Lefebvre, percebi que, de fato, o que se vê em muitos que caíram no tradicionalismo radical é uma soberba e uma falta de confiança em Deus.
Isso levou o professor a comparar Dom Marcel com Lutero, pois ambos cometeram o mesmo erro: não acreditaram nas promessas de Cristo, de que “as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja”.
Essa página é dedica a São Francisco de Sales, e seguindo os teus conselhos e direções espirituais, prezaremos pela "mansidão" ao tratar daqueles que, por ignorância, rejeitam a verdade ou que o fazem por desonestidade intelectual.
❝É o amor que dá valor a todas as nossas obras❞

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